Panasonic liquida seu negócio de LCD • The Register

A Panasonic anunciou que abandonou o negócio de monitores de cristal líquido e usará a fábrica onde fabricou as unidades para construir baterias.

A gigante japonesa previu a mudança em 2020, mas ontem anunciou que não tinha apenas abandonado o negócio, mas também o liquidado – e até renunciou a cerca de 4 mil milhões de dólares em dívidas com outra entidade Panasonic.

Em comunicado [PDF], a Panasonic detalhou a história de seu negócio de LCD desde o início em 2006, seu plano fracassado de produzir painéis para televisores e monitores diante da forte concorrência e de se dedicar à produção de displays industriais - o que não deu certo devido à “deterioração das condições de mercado causada principalmente pela disputa comercial EUA-China nos setores automotivo e industrial”.

Foi então tomada a decisão de encerrar o negócio. Em seu anúncio de lucros ontem, a Panasonic revelou que parou de fabricar painéis em março de 2023.

Na sua teleconferência de resultados, os executivos da Panasonic revelaram que a fábrica onde fabricava painéis, perto da cidade de Himeji, será reaproveitada para fabricar baterias para veículos elétricos. Em 2020, a Panasonic e a Toyota formaram uma joint venture chamada Prime Planet Energy & Solutions que constrói baterias prismáticas – uma forma de armazenamento de energia procurada por muitas aplicações, entre elas veículos eléctricos. A fábrica de Himeji se tornará uma das instalações da JV.

A Panasonic vê agora as baterias como a sua grande aposta para o futuro. Os executivos descreveram ontem o produto como a “área de investimento prioritário” da venerável corporação. E por um bom motivo: a Panasonic anunciou um aumento anual de 42% nos lucros do primeiro trimestre, produzindo 90,37 ienes (636 milhões de dólares) de boas notícias para os investidores.

A Panasonic é um importante fornecedor de baterias para a Tesla. Ontem anunciou que também está em negociações com a Mazda e a Subaru para fornecer baterias para os próximos EVs. As já anunciadas expansões industriais, que foram informadas aos investidores que estão no caminho certo, ajudarão esses negócios. Na verdade, a empresa afirmou que está no caminho certo para produzir entre 79 e 81 gigawatts-hora de baterias por ano.

Os investidores foram informados de que os lucros deveriam aumentar mais cinco por cento ao longo do ano. Eles também foram informados de que a Panasonic havia conseguido um feito raro: aumentar as vendas de seus notebooks. Seu nicho estabelecido em dispositivos robustos ajudou-a a alcançar esse resultado em um cenário de queda nas vendas de PCs em todo o setor.

Os executivos, no entanto, não proferiram palavras particularmente elogiosas para o empreendimento de software de cadeia de suprimentos que a Panasonic identificou no ano passado como uma perspectiva de crescimento. O progresso da unidade de negócios foi descrito como “estável” graças ao trabalho em sua estrutura organizacional, à mudança para SaaS e à melhoria da experiência do cliente. As parcerias com a Snowflake e a Accenture foram descritas como trazendo “aumento da competitividade”. ®

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